ECONOMIA SOLIDÁRIA E GÊNERO EM BELO HORIZONTE
CAMINHOS DE RESISTÊNCIA FEMININA E CONSTRUÇÃO DE AUTONOMIA NO ESPAÇO URBANO POPULAR
DOI:
https://doi.org/10.61164/rmnm.v12i1.4186Palabras clave:
Economia Solidária, Gênero, Autonomia, Justiça Social, Inovação ComunitáriaResumen
Este artigo analisa criticamente a construção histórica da Economia Solidária em Belo Horizonte, destacando sua potência como instrumento de resistência feminina, emancipação econômica e reconfiguração das práticas urbanas de produção e cuidado. A pesquisa, fundamentada em revisão bibliográfica e análise documental, evidencia como mulheres em situação de violência e vulnerabilidade protagonizaram processos coletivos de autogestão, criando redes produtivas que desafiam a lógica capitalista e a exclusão sistêmica. A institucionalização parcial do movimento, a criação do Centro Público e a estruturação do Fórum Municipal revelam um campo tenso de disputas entre autonomia popular e normatização estatal. Discutem-se os desafios enfrentados quanto ao acesso ao espaço público, às contradições das parcerias institucionais e à incorporação de tecnologias sociais. Os resultados apontam para a Economia Solidária como prática concreta de inovação social, pedagogia política e reinvenção do trabalho, revelando que, mesmo nos interstícios da precariedade, é possível gestar mundos baseados na solidariedade, na dignidade e na participação coletiva.
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