O PAPEL DA AGRICULTURA FAMILIAR CAPIXABA NO SÉCULO XXI

Resumen

Este artigo analisa o papel da agricultura familiar capixaba no século XXI, destacando seu percurso histórico e sua relevância socioeconômica. A transição da mão de obra escrava para o trabalho livre, ocorrida a partir da segunda metade do século XIX, resultou em um processo excludente para os negros libertos. Enquanto imigrantes europeus recebiam terras, apoio logístico e integração produtiva, os ex-escravizados foram deixados à margem, sem qualquer política pública que os inserisse dignamente na sociedade brasileira e capixaba. Esse contexto perpetuou desigualdades raciais que ainda marcam a estrutura fundiária do Espírito Santo. O estudo destaca ainda o papel do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (BANDES) na promoção da agricultura familiar. A partir dos anos 2000, o banco passou por importantes reformulações institucionais, com foco na descentralização do crédito e na formação de redes de consultores capacitados para atender os pequenos produtores. A operacionalização do PRONAF pelo BANDES representou um marco no acesso ao crédito rural. Com linhas específicas de financiamento e critérios compatíveis com a realidade dos agricultores familiares, o programa tornou-se um instrumento decisivo para a modernização da produção e o fortalecimento da autonomia econômica no campo.