CUIDADO E DIABETES NA INFÂNCIA: As Frações de Tempo
DOI:
https://doi.org/10.61164/rmnm.v12i1.4185Palavras-chave:
Familiar cuidador; Diabetes Mellitus Tipo 1; doenças crônicas; fenomenologia hermenêutica; psicologia.Resumo
Diabetes Mellitus (DM) é considerada uma síndrome metabólica de origem múltipla, provocada pela falta total de insulina ou incapacidade da insulina de exercer adequadamente a sua função. A insulina é produzida pelo pâncreas, sendo a responsável pela metabolização da glicose, tornando o DM uma consequência direta da falta desse hormônio. No caso do Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1), o qual pode ser diagnosticado em qualquer idade, mas, na maioria dos casos, o seu início ocorre na infância ou na adolescência. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o DM1 concentra de 5 a 10% do total de pessoas com a doença. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo compreender a experiência de ser familiar cuidador de criança diagnosticada com Diabetes Mellitus Tipo 1 e os significados atribuídos a ela. A metodologia utilizada foi a pesquisa fenomenológica hermenêutica, de abordagem qualitativa. A coleta foi realizada por meio da Entrevista em Profundidade, o que possibilitou estabelecer conexões cognitivas e emocionais sobre a experiência, produzindo novas compreensões acerca do fenômeno vivenciado. A participante da pesquisa foi uma mulher, mãe de uma menina diagnosticada com DM1 há três anos. A análise e a interpretação dos dados ocorreram a partir da redução do volume de informações e da construção de uma estrutura para alcançar a essência das experiências vividas e revelar o significado principal do fenômeno. Nesse processo, emergiram três unidades de significado: “Crônico muito cedo”, “Um presente não interrompido” e “O relógio e a areia: um tempo constante”, que formaram a estrutura do tema fenomenológico: “As frações de tempo”. Esse tema representa a essência do fenômeno vivido pela participante da pesquisa, em relação à sua experiência de ser cuidadora de criança com DM1.
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