AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SONO EM PACIENTES PORTADORES DE DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES

Authors

DOI:

https://doi.org/10.61164/632n3863

Abstract

A articulação temporomandibular (ATM) tem papel fundamental na execução dos movimentos mandibulares. Quando ocorrem limitações dos movimentos mandibulares, pode-se inferir que há uma disfunção nessa articulação. Um dos fatores que pode colaborar para o surgimento da disfunção temporomandibular (DTM) é o bruxismo do sono, o qual pode estar relacionado à piora da qualidade do sono. Este artigo teve como objetivo avaliar a qualidade do sono de pacientes portadores de DTMs, bem como o grau de severidade das DTMs e sua relação com a qualidade do sono. Trata-se de um estudo qualitativo e indutivo, de natureza descritiva, analítica e transversal. A amostra do estudo foi constituída por 25 pacientes com queixa de dor na ATM ou dor orofacial. Os instrumentos usados foram o AAOP, IAF, EVA, PSQI, HADS, BAI, OHIP-14 e ESE. Os dados foram tabulados e analisados no software IBM SPSS e analisados por meio de estatística descritiva e inferencial. Os resultados indicaram que 76% dos pacientes pertencem ao gênero feminino. Houve prevalência da DTM severa e a maior parte dos pacientes apontou a dor para o número 5. 72% afirmaram sentir dor diariamente.  A maioria também se apresentou sem depressão, mas 40% apresentaram ansiedade mínima.  Os escores totais, no OHIP-14, variaram entre 4 e 49, com média= 19,60 e desvio padrão= 12,79. 72% apresentaram hábitos parafuncionais. Indivíduos classificados com DTM moderada e severa tiveram qualidade de sono ruim, 63% e 56%, respectivamente. Todos os graus de severidade da DTM apresentaram distúrbios do sono, com porcentagens mais elevadas os pacientes com DTM leve. Cerca de 70% apresentaram ausência de sonolência diurna excessiva. Conclui-se que existe uma relação positiva e bidirecional entre DTM e qualidade de sono ruim. Tais fatores geram influência na dor, diminuição na qualidade do sono e impactos negativos na qualidade de vida do paciente.

Downloads

Download data is not yet available.

References

ALMOZNINO, G. et al. Sleep disorders and chronic craniofacial pain: Characteristics and management possibilities. Sleep Medicine Reviews, v. 33, p. 39-50, jun. 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.smrv.2016.04.005

ALOLAYAN, A. et al. Temporomandibular joint (TMJ) disorders prevalence and awareness of appropriate clinical practices, amog Al-Madinah Community in Saudi Arabia. F1000Research, v. 11, p. 395, 11 abr. 2022. DOI: https://doi.org/10.12688/f1000research.104272.2

BACK, K. et al. Orofacial pain and its relationship with oral health-related quality of life and psychological distress in Middle-ages women. Acta Odontologica Scandinavica, v. 78, n. 1, p. 74-80, 12 set. 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/00016357.2019.1661512

BEAUMONT, S. et al. Temporomandibular disorder: a practical guide for dental practitioners in diagnosis and management. Australian Dental Journal, v. 65, n. 3, p. 172-180, 2020. DOI: https://doi.org/10.1111/adj.12785

CONCEIÇÃO, H. N. Dos S. et al. Comorbidades associadas aos transtornos da articulação temporomandibular e o papel da sensibilização central: revisão de literatura. BrJP, v. 5, p. 56-60, 2022.

CRUZ, M. M.; MANETTA, I. P. Sleep and pain: a circadian multi-challenge rather than a simple bidirectional pathway. BrJP, v. 2, p. 303-304, 2019. DOI: https://doi.org/10.5935/2595-0118.20190055

DAHER, C. R. DE M. et al. Limiar de dor, qualidade do sono e níveis de ansiedade em indivíduos com disfunção temporomandibular. Revista CEFAC, v. 20, n. 4 p. 450-458, 2018.

FERNANDES, Giovana. Dor e sono: Um ciclo vicioso. Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial. Editor Liete Zwir, v. 1, n. 3, p. 1-4, jul. 2018.

GAUER, R.; SEMIDEY, M. J. Diagnosis and treatment of temporomandibular disorders. American family physician, v. 91, n. 6, p. 378-386, 2015.

HENRIQUE, V. L. et al. Prevalência de sintomas de disfunção temporomandibular, fatores associados e impacto sobre a qualidade de vida em usuários da rede de atenção primária à saúde. Research, Society and Development, v. 11, n. 1, 2022. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.24560

KMEID, E. et al. Prevalence of temporomandibular joint disorder in the Lebanese population, and its association with depression, anxiety, and stress. Head & Face Medicine, v. 16, n. 1, 4 set. 2020. DOI: https://doi.org/10.1186/s13005-020-00234-2

KOHYAMA, J. Which Is More Important for Health: Sleep Quantity or Sleep Quality? Children, v. 8, n. 7, p. 542, 24 jun. 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/children8070542

LEE, Y.-H. et al. Poorer sleep quality in patients with chronic temporomandibular disorders compared to healthy controls. BMC Musculoskeletal Disorders, v. 23, n. 1, 14 mar. 2022. DOI: https://doi.org/10.1186/s12891-022-05195-y

LEE, Y.-H.; AUH, Q.-SCHICK; Chung, E.-J. Investigation of Snoring and Obstructive Sleep Apnea Using Portable Polysomnography in Patients with Temporomandibular Disorder. Dental research and oral health, v. 5, n. 3, p. 63-73, 2022. DOI: https://doi.org/10.26502/droh.0050

MEIRA e CRUZ, M. et al. Insomnia in Patients Seeking Care at na Orofacial Pain Unit. Frontiers in Neurology, v. 10, p. 542, 28 maio 2019. DOI: https://doi.org/10.3389/fneur.2019.00542

MORENO, A. G. U. T. et al. Influência do estrógeno na modulação da dor na disfunção temporomandibular e sua prevalência no sexo feminino: revisão integrativa. Reseacrh, Society and Development, v. 10, n. 2, 20 fev. 2021. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.12453

NATU, V. P. et al. Temporomandibular disorder symptoms and their association with quality of life, emotional states and sleep quality in South-East Asian youths. Journal of Oral Rehabilitation, v. 45, n. 10, p. 756-763, 2018. DOI: https://doi.org/10.1111/joor.12692

PAULINO, M. R. et al. Prevalência de sinais e sintomas de disfunção temporomandibular em estudantes pré-vestibulandos: associação de fatores emocionais, hábitos parafuncionais e impacto na qualidade de vida. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, n. 1, p. 173-186, jan. 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018231.18952015

PEIXOTO, K. O. et al. Association of sleep quality and psychological aspects with reports of bruxism and TMD in Brazilian dentists during the COVID-19 pandemic. Journal of Applied Oral Science, v. 29, 23 jul. 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1678-7757-2020-1089

RAMOS DE LUCCAS, G. et al. Disfunção temporomandibular e sono: revisão integrativa de literatura. Archives Of Health Investigation, v. 10, n. 5, p. 794-800, 1 maio 2021. DOI: https://doi.org/10.21270/archi.v10i5.5233

ROITHMANN, C. C. et al. Subjective sleep quality and temporomandibular disorders: Systematic literature review and meta-analysis. Journal of Oral Rehabilitation, v. 48, n. 12, p. 1380-1394, 22 out. 2021. DOI: https://doi.org/10.1111/joor.13265

SASSI, F. C. et al. Tratamento para disfunções temporomandibulares: uma revisão sistemática. Audiology -Communicattion Research, v. 23, n. 0, 23 abr. 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1871

SIMÕES, N. D. et al. Qualidade e duração de sono entre usuários da rede pública de saúde. Acta Paulista de Enfermagem, v. 32, n. 5, p. 530-537, out. 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0194201900074

SOARES JÚNIOR, E. C. et al. Alteração do padrão de sono em pacientes portadores de disfunção temporomandibular sintomática: uma revisão sistemática. 2022. Dissertação (Mestrado) – Pós-Graduação em Odontologia. Universidade Federal de Uberlândia. 2022.

SOUZA, A. DE M. et al. Distúrbios do sono e qualidade de vida em indivíduos com disfunção temporomandibular e bruxismo / Sleep disorders and quality of life in individuals with temporomandibular dysfunction and bruxism. Brazilian Journal Of Development, v. 7, 29 dez. 2021. DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv7n12-132

TRIZE, D. DE M. et al. Is quality of life affected by temporomandibular disorders?. Einstein (São Paulo), v. 16, n. 4, 2018. DOI: https://doi.org/10.31744/einstein_journal/2018AO4339

WU, J. et al. Temporomandibular disorders among medical students in China: prevalence, biological and psychological risk factors. BMC Oral Health, v. 21, n.1, 26 ou. 2021. DOI: https://doi.org/10.1186/s12903-021-01916-2

YADAV, U. et al. Influence of psychosocial factors and parafunctional habits in temporomandibular disorders: a cross-sectional study. The Permanente Journal, v. 24, n. 4, 22 abril 2020. DOI: https://doi.org/10.7812/TPP/19.144

YAP, A. U. J. et al. Temporomandibular disorder severity and diagnostic groups: Their associations with sleep quality and impairments. Sleep Medicine, v. 80, p. 218-225, 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.sleep.2021.01.063

ZAMANI, A.; HAGHNEGAHDAR, A.; VOSSOUGHI, M. Evaluation of Association Between the Severity of Temporomandibular Disorders and Quality of Sleep in a Selected Iranian Population. Frontiers in Dentistry, v. 16, n. 3, p. 206-213, 2019. DOI: https://doi.org/10.18502/fid.v16i3.1592

Published

2025-10-20

How to Cite

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SONO EM PACIENTES PORTADORES DE DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES. (2025). Revista Multidisciplinar Do Nordeste Mineiro, 19(02), 1-25. https://doi.org/10.61164/632n3863