A TEORIA DO DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.61164/yq8wh918Abstract
Este artigo tem como objetivo geral investigar a interpretação doutrinária da Teoria do Desvio Produtivo do Consumidor no Direito Civil brasileiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, que utilizou o método bibliográfico. Foram analisadas obras doutrinárias, artigos científicos e periódicos especializados. Esse levantamento permitiu reunir e interpretar produções teóricas para compreender o desenvolvimento e os impactos da teoria no âmbito do Direito Civil brasileiro. Os resultados indicam que a teoria do desvio produtivo tem sido progressivamente reconhecida pelo Judiciário brasileiro como um instrumento legítimo para proteger o tempo do consumidor, considerado um bem jurídico essencial. A jurisprudência tem ampliado a compreensão do dano extrapatrimonial, incorporando aspectos existenciais e a dignidade da pessoa humana. Contudo, identificam-se desafios relacionados à definição precisa do instituto, à comprovação do tempo perdido e à uniformização dos critérios judiciais. Conclui-se que, apesar das dificuldades, a teoria do desvio produtivo consolida-se como importante mecanismo de tutela dos direitos do consumidor, alinhando-se aos princípios constitucionais da dignidade humana e da função social das relações de consumo. Recomenda-se maior uniformização jurisprudencial e capacitação dos operadores do direito para garantir segurança jurídica e efetividade na aplicação da teoria
Downloads
References
ALVES, A. C. Fundamentos jurídicos para alteração da matriz de riscos em contratos administrativos: a mutabilidade como instrumento para a preservação do contrato. Dissertação (Mestrado em Direito) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2025.
ANDRADE, Dúlia Carolina Silva de; CASTRO, Fabiana Maria Martins Gomes de. O impacto da teoria do desvio produtivo no âmbito da responsabilidade civil. Revista de Iniciação Científica e Extensão da Faculdade de Direito de Franca, n. 18, p. 685-698, 2021.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 06 de Maio de 2025.
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 1, 12 set. 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm. Acesso em: 06 de Maio de 2025.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n.º 1.634.851 – RJ (2017/0036304-7). Relatora: Ministra Nancy Andrighi. Julgado em: 12 set. 2017. Disponível em: https://jurisprudencia.stj.jus.br/. Acesso em: 18 jun. 2025.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n.º 1.737.412 – SE (2018/0071905-9). Relatora: Ministra Nancy Andrighi. Julgado em: 5 fev. 2019. Disponível em: https://jurisprudencia.stj.jus.br/. Acesso em: 18 jun. 2025.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n.º 2.017.194 – SP (2022/0112943-0). Relatora: Ministra Nancy Andrighi. Julgado em: 28 fev. 2023. Disponível em: https://jurisprudencia.stj.jus.br/. Acesso em: 18 jun. 2025.
CUNHA DE ALMEIDA, F. Responsabilidade civil, dano moral e relativização ou afastamento da Súmula n. 7? Comentários ao RESP n.º 1.715.252/RO. Revista IBERC, v. 7, n. 3, p. 137-148, set./dez. 2024.
FROES, J. V. O conceito e os limites do dano moral: um estudo sobre a ressarcibilidade de outras categorias de dano não patrimonial no direito brasileiro. Dissertação (Mestrado em Direito) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47050/1/O%20conceito%20e%20os%20limites%20do%20dano%20moral.%20Um%20estudo%20sobre%20a%20ressarcibilidade%20de%20outras%20categorias%20de%20dano%20n%C3%A3o%20patrimonial%20no%20direito%20brasileiro%20-%20J%C3%BAlia%20Vieira%20Froes.pdf.
Acesso em: 18 jun. 2025.
GONÇALVES, L. Z.; AZEVEDO, F. C. A teoria do desvio produtivo do consumidor: uma perspectiva doutrinária e jurisprudencial no Brasil atual. Direito e Desenvolvimento, João Pessoa, v. 13, n. 1, p. 212-223, jan./jun. 2022. Disponível em: < https://periodicos.unipe.br/index.php/direitoedesenvolvimento/article/view/1171>. Acesso em 18 jun. 2025.
GONÇALVES, L. Z. A evolução da aplicação da teoria do desvio produtivo do consumidor pelo Judiciário brasileiro. Revista FAROL, v. 17, n. 17, 2022. Disponível em: < https://revista.farol.edu.br/index.php/farol/article/view/405>. Acesso em 18 jun. 2025.
LUCENA, H. D. Arbitragem na administração pública: a proposição de elementos para um modelo administrativo arbitral dos litígios estatais a partir da adoção dos parâmetros instituídos pela Lei n. 13.448/2017 e pelo Decreto n. 10.025/2019. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2023.
MARQUES, L. M. M. L.; CALADO, V. N.; GUERRA FILHO, J. P A defesa do consumidor na contemporaneidade [recurso eletrônico]. 1. ed. Recife: FASA, 2021. 382 p. ISBN 978-65-86359-63-3 (E-Book). Disponível em: < https://www.esape.com.br/files/bibliotecas/362896f94bdace558d878061cb4c723f.pdf>. Acesso em 18 jun. 2025.
SANTOS, J. Consumo digital e tutela jurídica do tempo: desafios para a teoria do desvio produtivo. Revista de Direito e Tecnologia, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 77-94, 2021.
SILVA, M. A. da; MOREIRA JUNIOR, L. C.; BALDISSERA, L. Constitucionalização do Direito Civil e do Direito do Consumidor como efetividade das garantias fundamentais. Revista Internacional Consinter de Direito, v. 6, n. 10, p. 203–218, 2020. Disponível em: < https://revistaconsinter.com/index.php/ojs/article/view/142>. Acesso em 18 jun. 2025.
VENOSA, S. S. Direito Civil: contratos. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2024. Disponível em: < https://direitouninovest.wordpress.com/wp-content/uploads/2016/04/direito-civil-vol-1-parte-geral-venosa-sc3adlvio-de-salvo-13ed-2013-1.pdf>. Acesso em 18 jun. 2025.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2025 Ulysses Barbosa dos Santos, Victor Conte André

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista, desde que adpatado ao template do repositório em questão;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- Os autores são responsáveis por inserir corretamente seus dados, incluindo nome, palavras-chave, resumos e demais informações, definindo assim a forma como desejam ser citados. Dessa forma, o corpo editorial da revista não se responsabiliza por eventuais erros ou inconsistências nesses registros.
POLÍTICA DE PRIVACIDADE
Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.
Obs: todo o conteúdo do trabalho é de responsabilidade do autor e orientador.
