Perfil epidemiológico dos casos de câncer do colo do útero no brasil de 2020 a 2024
DOI:
https://doi.org/10.61164/r6h7q232Palabras clave:
colo de útero, rastreamento, prevenção, epidemiologiaResumen
O câncer do colo do útero constitui um dos principais desafios de saúde pública no Brasil, sendo o carcinoma epidermoide invasor a forma histológica mais prevalente. Está fortemente associado a infecções persistentes pelo papilomavírus humano (HPV), sobretudo pelos subtipos oncogênicos 16 e 18, reconhecidos como de maior risco para transformação maligna. Este estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico dessa neoplasia no Brasil entre 2020 e 2024, considerando a distribuição regional, a faixa etária das pacientes e os grupos étnico-raciais mais afetados. Para tanto, foi conduzida uma pesquisa quantitativa, com dados secundários obtidos do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN/DATASUS), analisados de forma descritiva e apresentados em gráficos comparativos. Os resultados apontaram maior concentração de casos nas regiões Sudeste e Nordeste, embora Sul, Norte e Centro-Oeste também tenham registrado percentuais relevantes. A faixa etária mais atingida correspondeu a mulheres entre 40 e 64 anos, com destaque para os grupos de 55 a 59 e 60 a 64 anos. Observou-se, entretanto, crescimento da incidência em mulheres mais jovens, sobretudo entre 40 e 44 anos, possivelmente relacionado a comportamentos sexuais de risco, início precoce da vida sexual e baixa cobertura vacinal contra o HPV. No recorte étnico-racial, verificou-se predominância de casos entre mulheres brancas e amarelas, o que sugere desigualdades sociais e diferenças no acesso a serviços de saúde, diagnóstico precoce e acompanhamento adequado. Conclui-se que, apesar da disponibilidade de métodos eficazes de prevenção e rastreamento, o câncer do colo do útero ainda apresenta índices expressivos no país. Os achados reforçam a necessidade de ampliar a cobertura vacinal, fortalecer os programas de rastreamento, garantir diagnóstico oportuno e reduzir disparidades regionais e sociais. Tais medidas podem contribuir para políticas públicas mais equitativas e efetivas no enfrentamento dessa neoplasia.
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