ESTADO DA ARTE SOBRE O ENSINO DE BIOLOGIA PARA SURDOS: UMA ANÁLISE A PARTIR DO BANCO DE TESES E DISSERTAÇÕES DA CAPES
DOI:
https://doi.org/10.61164/jwdy8208Palabras clave:
educação inclusiva; ensino de biologia; surdos.Resumen
O presente estudo consistiu na realização de um estado da arte de dissertações de mestrado voltadas à educação inclusiva em Biologia para alunos surdos, disponíveis na plataforma de Teses e Dissertações da CAPES. Foram selecionados 18 trabalhos pertinentes ao tema, organizados e analisados quanto à distribuição geográfica, perfil institucional e temáticas abordadas. A maior concentração de dissertações ocorreu na região Centro-Oeste (33,3%), seguida pelo Sudeste (27,8%), Sul (22,2%), Norte (11,1%) e Nordeste (5,6%). Entre os estados, destacaram-se o Distrito Federal e o Rio de Janeiro, com quatro defesas cada. Quanto às instituições, apenas uma era privada, duas eram estaduais e as demais pertenciam à rede federal. As defesas iniciaram em 2007, sendo 2011 o ano com maior número de produções (quatro dissertações). Em relação às temáticas, os estudos apresentaram diferentes enfoques sobre o ensino de Ciências para estudantes surdos. Parte das dissertações investigou a formação e a prática docente, abordando a preparação dos professores para contextos inclusivos, suas percepções sobre a inclusão e a efetividade das práticas pedagógicas. Outras pesquisas concentraram-se na elaboração de materiais e recursos didáticos, como glossários em Libras de termos biológicos, e-books com recursos visuais e materiais de apoio para professores. Também foram identificadas investigações sobre práticas pedagógicas aplicadas, como o uso de jogos de tabuleiro no ensino de biologia celular, sequências didáticas que incorporaram elementos culturais da comunidade surda e estratégias de acessibilidade linguística e metodológica no ensino de Botânica. Conclui-se que ainda há lacunas na abordagem da educação inclusiva nos cursos de licenciatura, sendo necessária a revisão curricular e o fortalecimento da formação docente para contemplar de forma mais efetiva a inclusão de estudantes surdos no ensino de Biologia.
Descargas
Referencias
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Ed. 70, 2016.
BARROS, F. A. S. Reprodução em angiospermas e seu ensino para alunos surdos: uma proposta de sequência didática e vídeo bilíngue. Dissertação (Mestrado em Ensino de Biologia) – Universidade de Brasília. Brasília-DF, 94 p., 2020.
BORGES, A. S.; ROCHA, J. S. Inclusão educacional do aluno surdo: uma perspectiva social e reflexiva. Revista Professare, v. 6, n. 3, p. 67-86, 2017.
BOZZI, R. A. Análise de percepções de licenciandos em Biologia, Física e Química da UFV sobre a Educação em Ciências voltada à estudantes surdos. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática) – Universidade Federal de Viçosa. Viçosa-MG, 122 p., 2022.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Brasil terá primeiro curso de Licenciatura em Libras. 2006. Disponível em: https://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/205-1349433645/5871-sp-245681699. Acesso em 18 jun. 2025.
CARMONA, J. C. C. A dicionarização de termos em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para o ensino de Biologia: uma atitude empreendedora. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Londrina-PR, 106 p., 2015.
CORREIA, L. Inclusão e necessidades educativas especiais: um guia para educadores e professores. Porto: Porto Editora, 2013.
COUTO, M. M. Alfabetização científica no Ensino Médio: a análise de uma experiência didática no Ensino de Biologia na perspectiva da surdez. Dissertação (Mestrado em Diversidade e Inclusão) – Universidade Federal Fluminense. Niterói-RJ, 102 p., 2017.
FELTRINI, G. M. Aplicação de modelos qualitativos à educação científica de surdos. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) – Universidade de Brasília. Brasília-DF, 222 p., 2009.
FERREIRA, N. S. A. As pesquisas denominadas “estado da arte”. Educação & Sociedade, v. 23, n. 79, p. 257-272, 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302002000300013
FONSECA, D. M. Trajetórias e saberes entre professores ouvintes e alunos surdos: ensinar Biologia na diferença. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. São Gonçalo-RJ, 81 p., 2015.
LACERDA, C. B. F. Inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência. Caderno Cedes, v. 26, n. 79, p. 163-184, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32622006000200004
LANNA JÚNIOR, M. C. M. História do movimento político das pessoas com deficiência no Brasil. Brasília-DF: Secretaria de Direitos Humanos; Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 443 p., 2010.
MALDANER, O. A. A pós-graduação e a formação do educador químico: tendências e perspectivas. In: ROSA, M. I. P.; ROSSI, A. V. (Orgs.). Educação Química no Brasil: memórias, políticas e tendências. Campinas: Editora Átomo, 2008.
MATTOS, A. C. A. C. Estratégias digitais inclusivas para elaboração de duas sequências didáticas de Biologia Celular para ensino-aprendizagem de estudantes surdos de Ensino Médio. Dissertação (Mestrado em Ensino de Biologia) – Universidade Federal do Paraná. Curitiba-PR, 53 p., 2022.
MARINHO, L. M. O Ensino de Biologia: o intérprete e a geração de sinais. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade de Brasília. Brasília-DF, 145 p., 2007.
MONTEIRO, H. J. S. O ensino de Biologia e Química para alunos surdos no Ensino Médio da rede pública na cidade de Fortaleza: estudo de caso. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) – Universidade Federal do Ceará. Fortaleza-CE, 180 p., 2011.
MOREIRA, L. C.; ANSAY, N. N. Políticas de acesso e permanência para estudantes surdos ao Ensino Superior. Revista Teoria e Prática da Educação, v. 19, n. 1, p. 49-60, 2015.
PEDRETTI, S. S. Uso de tecnologias digitais como forma de auxiliar os docentes no Ensino de Ciências/Biologia para alunos surdos. Dissertação (Mestrado em Novas Tecnologias Digitais na Educação) – Centro Universitário Carioca. Rio de Janeiro-RJ, 140 p., 2023.
PINHEIRO, M. A. C. A formação de professores e o ensino de Biologia em salas com estudantes surdos. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) – Universidade Federal do Amazonas. Manaus-AM, 130 p., 2018.
QUEIROZ, T. G. B. Estudos de planejamento e design de material instrucional: o ensino de Ciências para surdos. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática) – Universidade Federal de Goiás. Goiânia-GO, 114 p., 2011.
RESENDE, M. M. P. Avaliação do uso de modelos qualitativos como instrumento didático no ensino de Ciências para estudantes surdos e ouvintes. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) – Universidade de Brasília. Brasília-DF, 162 p., 2010.
RIBEIRO, E. B. V. Formação de professores de Ciências e Educação Inclusiva em uma instituição de ensino superior em Jataí-GO. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática) – Universidade Federal de Goiás. Goiânia-GO, 107 p., 2011.
RUMJANEK, J. B. D. Novos sinais para a ciência: desenvolvimento de um glossário científico em Libras. Dissertação (Mestrado em Química Biológica) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro-RJ, 81 p., 2011.
SALLER, A. G. Produção de recursos explorando a visualidade no ensino de Frutificação: uma abordagem para alunos surdos. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) – Universidade Federal de Pelotas. Pelotas-RS, 138 p., 2017.
SILVA, A. G. A acessibilidade e a inclusão no ensino de Biologia Celular: o uso de jogos de tabuleiro para a aprendizagem de alunos surdos. Dissertação (Mestrado em Ensino de Biologia) – Universidade Federal do Pará. Belém-PA, 90 p., 2024.
SILVA, R. C. A inclusão de surdos: uma reflexão sobre a educação bilíngue, divergências e pensamentos em relação ao processo educacional. Revista Valore, v. 3, n. 1, p. 373-387, 2018. DOI: https://doi.org/10.22408/reva31201878373-387
SOUSA, S. F.; SILVEIRA, H. E. Terminologias químicas em Libras: a utilização de sinais na aprendizagem de alunos surdos. Química Nova na Escola, v. 33, n. 1, p. 37-56, 2011.
SLONGO, I. I. P.; DELIZOICOV, D. Um panorama da produção acadêmica em Ensino de Biologia desenvolvida em programas nacionais de pós-graduação. Investigações em Ensino de Ciências, v. 11, n. 3, p. 323-341, 2006.
TEIXEIRA, P. M. M.; MEGID NETO, J. Investigando a pesquisa educacional: um estudo enfocando dissertações e teses sobre o ensino de Biologia no Brasil. Investigações em Ensino de Ciências, v. 11, n. 2, p. 261-282, 2006.
TREVISAN, P. F. F. Ensino de Ciências para surdos através de software educacional. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências na Amazônia) – Universidade Federal do Amazonas. Manaus-AM, 118 p., 2008.
VALUTHKY, J. G. Pedagogia visual e o ensino de Biologia: uma sequência didática inclusiva para surdos no Ensino Médio. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias) – Universidade do Estado de Santa Catarina. Joinville-SC, 125 p., 2022.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Rafael Ferreira dos Santos, Rogério Tavares Piva, Kleyton Carlos do Valle, Gilmara Barbosa de Jesus
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista, desde que adpatado ao template do repositório em questão;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- Os autores são responsáveis por inserir corretamente seus dados, incluindo nome, palavras-chave, resumos e demais informações, definindo assim a forma como desejam ser citados. Dessa forma, o corpo editorial da revista não se responsabiliza por eventuais erros ou inconsistências nesses registros.
POLÍTICA DE PRIVACIDADE
Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.
Obs: todo o conteúdo do trabalho é de responsabilidade do autor e orientador.
