INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO NA MODULAÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL E SEUS REFLEXOS NAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
DOI:
https://doi.org/10.61164/8wpvfm97Palavras-chave:
Microbiota intestinal; Alimentação; Doenças Crônicas Não Transmissíveis; Disbiose; Nutrição preventiva.Resumo
Os hábitos alimentares exercem influência determinante na modulação da microbiota intestinal, impactando diretamente a saúde metabólica e o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Este trabalho teve como objetivo analisar, por meio de revisão bibliográfica, a influência de diferentes padrões alimentares na composição e funcionalidade da microbiota intestinal e seus reflexos sobre a fisiopatologia das DCNTs. Foram selecionados estudos que investigaram a interação entre dietas variadas e a microbiota intestinal, considerando mecanismos metabólicos e imunológicos. As evidências indicam que dietas ricas em fibras, prebióticos, polifenóis e alimentos de origem vegetal promovem eubiose intestinal, aumentam a diversidade microbiana e estimulam a produção de ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato. Em contrapartida, padrões alimentares caracterizados pelo consumo de alimentos ultraprocessados e gorduras saturadas favorecem a disbiose, inflamação crônica de baixo grau e maior risco metabólico. Conclui-se que a adoção de hábitos alimentares equilibrados constitui estratégia eficaz na prevenção das DCNTs, reafirmando o papel da nutrição como ferramenta não farmacológica essencial para a promoção da saúde.
Downloads
Referências
ANDREOU, E.; PAPANEPHYTOU, C. Fortalecendo a imunidade por meio da nutrição e da saúde intestinal: uma revisão narrativa sobre o manejo de alergias e multimorbidade. Nutrients, v. 17, n. 10, p. 1685, 2025.
BORBA, A. P. A.; DE ARAÚJO RAMOS, L. R. C.; DA COSTA MAYNARD, D. Microbiota e dieta: importância da modulação intestinal com foco na obesidade. Research, Society and Development, Vargem Grande Paulista, v. 12, n. 6, 2023. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v12i6.42263
BRASIL. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
CAESAR, R. et al. Crosstalk between gut microbiota and dietary lipids aggravates WAT inflammation through TLR signaling. Cell Metabolism, v. 22, p. 658–668, 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cmet.2015.07.026
CANI, P. D. et al. Changes in gut microbiota control metabolic endotoxemia-induced inflammation in high-fat diet–induced obesity and diabetes in mice. Diabetes, v. 57, n. 6, p. 1470–1481, 2009. DOI: https://doi.org/10.2337/db07-1403
DELZENNE, N. M.; CANI, P. D. Interaction between obesity and the gut microbiota: relevance in nutrition. Annual Review of Nutrition, v. 31, p. 15–31, 2011. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev-nutr-072610-145146
ESPOSITO, K. et al. Effects of Mediterranean-style diet on the need for antihyperglycemic drug therapy in patients with newly diagnosed type 2 diabetes: a randomized trial. Annals of Internal Medicine, v. 151, n. 5, p. 306–314, 2015. DOI: https://doi.org/10.7326/0003-4819-151-5-200909010-00004
FERREIRA, F. R. Dieta mediterrânea na modulação da microbiota intestinal: uma revisão de literatura. 2024. Disponível em: https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/handle/123456789/8542. Acesso em: 6 nov. 2025.
FONSECA, J. R. et al. Mineração de moléculas ativas no sobrenadante de probióticos combinando metabolômica não direcionada e testes de imunorregulação. Metabolites, 2022.
GARCIA, R. W. D. A dieta mediterrânea e sua relação com a saúde. Revista de Nutrição, v. 14, n. 1, p. 1–10, 2001.
GÓRALCZYK-BIŃKOWSKA, A. et al. The Microbiota–Gut–Brain Axis in Psychiatric Disorders. International Journal of Molecular Sciences, v. 23, n. 19, p. 11245, 2022. DOI: https://doi.org/10.3390/ijms231911245
HERINGER, P. N. et al. A influência da nutrição na composição da microbiota intestinal e suas repercussões na saúde. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 9, n. 9, p. 158–171, 2023. DOI: 10.51891/rease.v9i9.11158. DOI: https://doi.org/10.51891/rease.v9i9.11158
HILL, C. et al. Expert consensus document: The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics consensus statement on the scope and appropriate use of the term probiotic. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, v. 11, n. 8, p. 506–514, 2014. DOI: https://doi.org/10.1038/nrgastro.2014.66
HOTAMISLIGIL, G. S. Inflammatory pathways and insulin action. International Journal of Obesity, v. 30, n. S3, p. S39–S43, 2006.
KAHLEOVA, H. Plant-based diets for healthy weight and metabolism. Nutrition Reviews, v. 76, n. 8, p. 51–58, 2018.
KOH, A. et al. From dietary fiber to host physiology: short-chain fatty acids as key bacterial metabolites. Cell, v. 165, n. 6, p. 1332–1345, 2016. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cell.2016.05.041
KOUTSIOULA, E. et al. Probiotic supplementation and human health: current evidence and emerging trends. Nutrients, v. 14, n. 6, p. 1221, 2022.
LE CHATELIER, E. et al. Richness of human gut microbiome correlates with metabolic markers. Nature, v. 500, p. 541–546, 2013.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Doenças não transmissíveis. World Health. Organization, 2025. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/noncommunicable-diseases. Acesso em: 6 nov. 2025.
PANTOJA, M. F. et al. Fatores etiológicos associados à disbiose intestinal: revisão integrativa. Revista de Ciências da Saúde da Amazônia, v. 1, n. 2, p. 1–5, 2019.
PRIOR, R. L. et al. Antioxidant capacity of foods and biological fluids: review and clinical applications. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 49, n. 11, p. 4713–4721, 2001.
ROMBOUTS, F. M. et al. Prebiotics and probiotics: mechanisms and clinical evidence. British Journal of Nutrition, v. 120, p. 1–15, 2018.
SANTOS, J. B.; CORDEIRO, L. C.; CAVALCANTE, A. C. S. Inflamação crônica de baixo grau: a chave para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis? Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 10, n. 60, p. 250–259, 2016.
SANTOS, K. E. R.; RICC, G. C. L. Microbiota Intestinal e a obesidade. Revista Uningá Review, v. 26, n. 1, p. 74–82, 2016.
SAUGSTAD, O. D. et al. Nutritional modulation of gut microbiota: novel strategies for metabolic control. Frontiers in Nutrition, v. 10, 2023.
SIMOPOULOS, A. P. The importance of the ratio of omega-6/omega-3 essential fatty acids. Biomedicine & Pharmacotherapy, v. 56, n. 8, p. 365–379, 2002. DOI: https://doi.org/10.1016/S0753-3322(02)00253-6
TILG, H.; MOSCHEN, A. R. Microbiota and diabetes: an evolving relationship. Gut, v. 63, n. 9, p. 1513–1521, 2014. DOI: https://doi.org/10.1136/gutjnl-2014-306928
VALDÉS, A. M. et al. Role of the gut microbiota in nutrition and health. BMJ, v. 361, k2179, 2018. DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.k2179
VELMURUGAN, G. et al. Gut microbiota, endocrine-disrupting chemicals, and the diabetes epidemic. Trends in Endocrinology & Metabolism, v. 28, n. 8, p. 612–625, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tem.2017.05.001
ZHAO, Y. et al. The Role of Gut Microbiome in Irritable Bowel Syndrome: Implications for Clinical Therapeutics. Biomolecules, v. 14, n. 12, p. 1643, 2024. DOI: 10.3390/biom14121643. DOI: https://doi.org/10.3390/biom14121643
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Leonardo Pereira , Rafaela Martins, Ana Carolina Pelaes Vital

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista, desde que adpatado ao template do repositório em questão;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- Os autores são responsáveis por inserir corretamente seus dados, incluindo nome, palavras-chave, resumos e demais informações, definindo assim a forma como desejam ser citados. Dessa forma, o corpo editorial da revista não se responsabiliza por eventuais erros ou inconsistências nesses registros.
POLÍTICA DE PRIVACIDADE
Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.
Obs: todo o conteúdo do trabalho é de responsabilidade do autor e orientador.

