INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO NA MODULAÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL E SEUS REFLEXOS NAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Autores

  • Leonardo Pereira Centro Universitário Ingá - Uningá
  • Rafaela Martins Centro Universitário Ingá - Uningá
  • Ana Carolina Pelaes Vital Centro Universitário Ingá - Uningá

DOI:

https://doi.org/10.61164/8wpvfm97

Palavras-chave:

Microbiota intestinal; Alimentação; Doenças Crônicas Não Transmissíveis; Disbiose; Nutrição preventiva.

Resumo

Os hábitos alimentares exercem influência determinante na modulação da microbiota intestinal, impactando diretamente a saúde metabólica e o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Este trabalho teve como objetivo analisar, por meio de revisão bibliográfica, a influência de diferentes padrões alimentares na composição e funcionalidade da microbiota intestinal e seus reflexos sobre a fisiopatologia das DCNTs. Foram selecionados estudos que investigaram a interação entre dietas variadas e a microbiota intestinal, considerando mecanismos metabólicos e imunológicos. As evidências indicam que dietas ricas em fibras, prebióticos, polifenóis e alimentos de origem vegetal promovem eubiose intestinal, aumentam a diversidade microbiana e estimulam a produção de ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato. Em contrapartida, padrões alimentares caracterizados pelo consumo de alimentos ultraprocessados e gorduras saturadas favorecem a disbiose, inflamação crônica de baixo grau e maior risco metabólico. Conclui-se que a adoção de hábitos alimentares equilibrados constitui estratégia eficaz na prevenção das DCNTs, reafirmando o papel da nutrição como ferramenta não farmacológica essencial para a promoção da saúde.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ANDREOU, E.; PAPANEPHYTOU, C. Fortalecendo a imunidade por meio da nutrição e da saúde intestinal: uma revisão narrativa sobre o manejo de alergias e multimorbidade. Nutrients, v. 17, n. 10, p. 1685, 2025.

BORBA, A. P. A.; DE ARAÚJO RAMOS, L. R. C.; DA COSTA MAYNARD, D. Microbiota e dieta: importância da modulação intestinal com foco na obesidade. Research, Society and Development, Vargem Grande Paulista, v. 12, n. 6, 2023. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v12i6.42263

BRASIL. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

CAESAR, R. et al. Crosstalk between gut microbiota and dietary lipids aggravates WAT inflammation through TLR signaling. Cell Metabolism, v. 22, p. 658–668, 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cmet.2015.07.026

CANI, P. D. et al. Changes in gut microbiota control metabolic endotoxemia-induced inflammation in high-fat diet–induced obesity and diabetes in mice. Diabetes, v. 57, n. 6, p. 1470–1481, 2009. DOI: https://doi.org/10.2337/db07-1403

DELZENNE, N. M.; CANI, P. D. Interaction between obesity and the gut microbiota: relevance in nutrition. Annual Review of Nutrition, v. 31, p. 15–31, 2011. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev-nutr-072610-145146

ESPOSITO, K. et al. Effects of Mediterranean-style diet on the need for antihyperglycemic drug therapy in patients with newly diagnosed type 2 diabetes: a randomized trial. Annals of Internal Medicine, v. 151, n. 5, p. 306–314, 2015. DOI: https://doi.org/10.7326/0003-4819-151-5-200909010-00004

FERREIRA, F. R. Dieta mediterrânea na modulação da microbiota intestinal: uma revisão de literatura. 2024. Disponível em: https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/handle/123456789/8542. Acesso em: 6 nov. 2025.

FONSECA, J. R. et al. Mineração de moléculas ativas no sobrenadante de probióticos combinando metabolômica não direcionada e testes de imunorregulação. Metabolites, 2022.

GARCIA, R. W. D. A dieta mediterrânea e sua relação com a saúde. Revista de Nutrição, v. 14, n. 1, p. 1–10, 2001.

GÓRALCZYK-BIŃKOWSKA, A. et al. The Microbiota–Gut–Brain Axis in Psychiatric Disorders. International Journal of Molecular Sciences, v. 23, n. 19, p. 11245, 2022. DOI: https://doi.org/10.3390/ijms231911245

HERINGER, P. N. et al. A influência da nutrição na composição da microbiota intestinal e suas repercussões na saúde. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 9, n. 9, p. 158–171, 2023. DOI: 10.51891/rease.v9i9.11158. DOI: https://doi.org/10.51891/rease.v9i9.11158

HILL, C. et al. Expert consensus document: The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics consensus statement on the scope and appropriate use of the term probiotic. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, v. 11, n. 8, p. 506–514, 2014. DOI: https://doi.org/10.1038/nrgastro.2014.66

HOTAMISLIGIL, G. S. Inflammatory pathways and insulin action. International Journal of Obesity, v. 30, n. S3, p. S39–S43, 2006.

KAHLEOVA, H. Plant-based diets for healthy weight and metabolism. Nutrition Reviews, v. 76, n. 8, p. 51–58, 2018.

KOH, A. et al. From dietary fiber to host physiology: short-chain fatty acids as key bacterial metabolites. Cell, v. 165, n. 6, p. 1332–1345, 2016. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cell.2016.05.041

KOUTSIOULA, E. et al. Probiotic supplementation and human health: current evidence and emerging trends. Nutrients, v. 14, n. 6, p. 1221, 2022.

LE CHATELIER, E. et al. Richness of human gut microbiome correlates with metabolic markers. Nature, v. 500, p. 541–546, 2013.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Doenças não transmissíveis. World Health. Organization, 2025. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/noncommunicable-diseases. Acesso em: 6 nov. 2025.

PANTOJA, M. F. et al. Fatores etiológicos associados à disbiose intestinal: revisão integrativa. Revista de Ciências da Saúde da Amazônia, v. 1, n. 2, p. 1–5, 2019.

PRIOR, R. L. et al. Antioxidant capacity of foods and biological fluids: review and clinical applications. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 49, n. 11, p. 4713–4721, 2001.

ROMBOUTS, F. M. et al. Prebiotics and probiotics: mechanisms and clinical evidence. British Journal of Nutrition, v. 120, p. 1–15, 2018.

SANTOS, J. B.; CORDEIRO, L. C.; CAVALCANTE, A. C. S. Inflamação crônica de baixo grau: a chave para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis? Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 10, n. 60, p. 250–259, 2016.

SANTOS, K. E. R.; RICC, G. C. L. Microbiota Intestinal e a obesidade. Revista Uningá Review, v. 26, n. 1, p. 74–82, 2016.

SAUGSTAD, O. D. et al. Nutritional modulation of gut microbiota: novel strategies for metabolic control. Frontiers in Nutrition, v. 10, 2023.

SIMOPOULOS, A. P. The importance of the ratio of omega-6/omega-3 essential fatty acids. Biomedicine & Pharmacotherapy, v. 56, n. 8, p. 365–379, 2002. DOI: https://doi.org/10.1016/S0753-3322(02)00253-6

TILG, H.; MOSCHEN, A. R. Microbiota and diabetes: an evolving relationship. Gut, v. 63, n. 9, p. 1513–1521, 2014. DOI: https://doi.org/10.1136/gutjnl-2014-306928

VALDÉS, A. M. et al. Role of the gut microbiota in nutrition and health. BMJ, v. 361, k2179, 2018. DOI: https://doi.org/10.1136/bmj.k2179

VELMURUGAN, G. et al. Gut microbiota, endocrine-disrupting chemicals, and the diabetes epidemic. Trends in Endocrinology & Metabolism, v. 28, n. 8, p. 612–625, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tem.2017.05.001

ZHAO, Y. et al. The Role of Gut Microbiome in Irritable Bowel Syndrome: Implications for Clinical Therapeutics. Biomolecules, v. 14, n. 12, p. 1643, 2024. DOI: 10.3390/biom14121643. DOI: https://doi.org/10.3390/biom14121643

Downloads

Publicado

2025-11-19

Como Citar

INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO NA MODULAÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL E SEUS REFLEXOS NAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS. (2025). Revista Multidisciplinar Do Nordeste Mineiro, 20(2), 1-18. https://doi.org/10.61164/8wpvfm97