ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS: ACOMPANHAMENTO FARMACÊUTICO NA ADESÃO A TRATAMENTOS E NO CONTROLE DE DOENÇAS CRÔNICAS COMO HIPERTENSÃO
DOI:
https://doi.org/10.61164/h35y9k67Palavras-chave:
assistência farmacêutica, hipertensão, adesão terapêutica, Atenção Primária, SUSResumo
A hipertensão arterial configura-se como uma das principais Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, apresentando elevada prevalência e forte relação com desfechos cardiovasculares graves. Nesse contexto, o farmacêutico tem assumido papel estratégico na Atenção Primária à Saúde, contribuindo para a adesão terapêutica e para o controle clínico dos pacientes. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto do acompanhamento farmacêutico na adesão ao tratamento e no controle da hipertensão no Sistema Único de Saúde (SUS). A metodologia compreendeu uma revisão de literatura realizada em bases nacionais e internacionais (SciELO, LILACS, PubMed) e a análise de dados secundários do DATASUS referentes ao período de 2018 a 2023. Foram incluídos estudos sobre acompanhamento farmacoterapêutico, adesão, uso racional de medicamentos e hipertensão arterial. Os resultados demonstraram aumento progressivo do número de hipertensos acompanhados por farmacêuticos, associado à redução de complicações relacionadas à doença. Estudos evidenciaram que o acompanhamento clínico permite identificar problemas relacionados a medicamentos, ajustar esquemas terapêuticos, promover educação em saúde e fortalecer o autocuidado. A literatura mostrou, ainda, que intervenções farmacêuticas sistematizadas resultam em melhor controle pressórico, menor descontinuidade terapêutica e maior compreensão do tratamento pelo paciente. No entanto, desafios importantes persistem, incluindo a desigual distribuição de farmacêuticos no território nacional, limitações estruturais e baixa implementação de serviços clínicos em muitas regiões. Na discussão, observou-se convergência entre os dados do DATASUS e os achados da literatura, confirmando que a ampliação do acompanhamento farmacêutico impacta positivamente nos desfechos clínicos em hipertensos. As experiências com tecnologias digitais mostraram potencial complementar, embora dependam da adequação ao perfil sociocultural dos usuários. Conclui-se que o acompanhamento farmacêutico é essencial para o enfrentamento da hipertensão e deve ser fortalecido por meio de políticas públicas que ampliem serviços clínicos, promovam educação permanente e garantam integração multiprofissional.
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