TORNAR-SE PESSOA

UM CAMINHO PARA A AUTENTICIDADE DENTRO DO CONSULTÓRIO

Resumo

Este artigo analisa a concepção rogeriana de autenticidade terapêutica, enfatizando seu caráter ético e existencial na prática clínica. Baseando-se nas obras Tornar-se Pessoa e Um Jeito de Ser, a pesquisa destaca a importância da congruência – ou seja, a integração entre a experiência interna, a consciência e a expressão do terapeuta – como elemento central na criação de um ambiente seguro que favoreça o encontro genuíno entre terapeuta e cliente. Nesse contexto, a autenticidade permite a redução da incongruência vivida pelo cliente, propiciando a ressignificação de narrativas pessoais e o acesso à tendência atualizante inerente ao ser humano. O estudo também dialoga com as críticas referentes ao viés individualista da Abordagem Centrada na Pessoa, defendendo a necessidade de integrar dimensões sociais e culturais à prática clínica. Ademais, evidencia-se que uma postura autêntica no consultório contribui para a construção de uma aliança terapêutica sólida, fator determinante para os resultados positivos do tratamento. Por meio de uma análise teórico-prática, o artigo propõe que a autenticidade transcende a mera técnica, constituindo-se como um imperativo ético que redefine o cuidado em saúde mental e promove a democratização dos processos terapêuticos. Dessa forma, a proposta de Rogers emerge como uma alternativa viável para a formação de terapeutas comprometidos com o autoconhecimento, a transparência e a promoção de uma prática clínica verdadeiramente humanizada.