O IMPACTO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA TRATADA NA SAÚDE PÚBLICA
DOI:
https://doi.org/10.61164/rmnm.v12i1.4238Palavras-chave:
água potável, saneamento básico, saúde pública, desigualdade, políticas públicasResumo
Este artigo analisa a importância do abastecimento de água tratada como elemento essencial para a promoção da saúde pública no Brasil. Por meio de revisão bibliográfica e análise de dados secundários, examina-se a evolução histórica do saneamento, os impactos epidemiológicos da água contaminada e as desigualdades regionais no acesso a esse serviço. O estudo destaca que, entre 2018 e 2024, o país registrou mais de 460 mil internações por doenças de veiculação hídrica, gerando um custo superior a R$ 260 milhões ao sistema público de saúde. Apesar de avanços normativos, como o Marco Legal do Saneamento, persistem barreiras estruturais que exigem políticas públicas integradas e sustentáveis para garantir o acesso universal à água tratada.
Referências
BHALOTRA, Sonia R.; DIAZ-CAYEROS, Alberto; MILLER, Grant; MIRANDA, Alfonso; VENKATARAMANI, Atheendar S. Urban Water Disinfection and Mortality Decline in Lower-income Countries: Evidence from Mexico's Programa Agua Limpia. American Economic Journal: Economic Policy, v. 13, n. 4, p. 490-520, nov. 2021. Disponível em: https://ngmiller.people.stanford.edu/publications/historical-health-improvement/urban-water-disinfection-and-mortality-decline-lower. Acesso em: 2 maio 2025. DOI: https://doi.org/10.1257/pol.20180764
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 maio 2025.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: acesso à água e esgotamento sanitário, 2022. Rio de Janeiro: IBGE, 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS – Internações por diarreia e gastroenterites infecciosas, 2022. Painel Saneamento Brasil. Acesso em: 20 jun. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS - DATASUS. Painel Saneamento Brasil. 2022. Disponível em: <https://www.tratabrasil.org.br/despesas-internacoes-doencas-falta-saneamento/>. Acesso em: 23 jun. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de procedimentos de vigilância em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br. Acesso em: 17 maio 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021. Estabelece procedimentos de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e padrão de potabilidade. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 07 maio 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2021/prt0888_07_05_2021.html. Acesso em: 25 jun. 2025.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Surtos de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar no Brasil: Informe 2024. Brasília, DF: Ministério da Saúde, mar. 2024a.
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, 2018–2022. Brasília: MS, 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Surtos de doenças de transmissão hídrica e alimentar no Brasil: informe 2024. Brasília: MS, 2024. Acesso em: 29 maio 2025.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Diagnóstico Temático: Visão Geral do SNIS 2023. Brasília: MDR, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/cidades/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/saneamento/snis/produtos-do-snis/diagnosticos/DIAGNOSTICO_TEMATICO_VISAO_GERAL_AE_SNIS_2023.pdf. Acesso em: 25 jun. 2025.
COHRE – Centre on Housing Rights and Evictions. Manual on the right to water and sanitation. Geneva: COHRE, 2008. Disponível em: https://www.righttowater.info. Acesso em: 11 maio 2025.
HELLER, Léo. O saneamento no Brasil: políticas e interfaces com a saúde. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
HELLER, Léo. Relações entre saneamento e saúde: conceitos e percepções. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 13, supl. 1, p. S59–S71, 1997. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/nxKkzRhwPKkT6HzFxctJt9k. Acesso em: 13 jun. 2025.
LOPES, Maria do Carmo. Água e poder: a história do abastecimento de água na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.
MÉXICO. Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI). Informe sobre saneamento urbano, 2007. Disponível em: https://www.inegi.org.mx. Acesso em: 25 jun. 2025.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Drinking-water. Geneva: World Health Organization, 2022. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/drinking-water. Acesso em: 18 maio 2025.
PAIM, Jairnilson Silva; SILVEIRA, Débora de Oliveira; COELHO, Helena; BAHIA, Larissa de Oliveira; LIMA-COSTA, Maria Fernanda Lima; VARGAS, Márcia Regina Dourado. O Sistema Único de Saúde (SUS) aos 30 anos. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 6, p. 1723-1728, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/ZfM6WdLchJwcS3mbMfJwPQg. Acesso em: 3 maio 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.09172018
PEREIRA, Lídia Maria; ALMEIDA, Rosa Maria. Políticas públicas de saneamento e saúde ambiental no Brasil: avanços e desafios. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 29, n. 3, e200634, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/ZKVZxTccf9p8PQJYW6RG9vM. Acesso em: 26 jun. 2025.
PERRET, S. R. Water Policies and Smallholding Irrigation Schemes in South Africa: A History and New Institutional Challenges. University of Pretoria, 2002. DOI: https://doi.org/10.1016/S1366-7017(02)00031-4
PRÜSS‐ÜSTÜN, Annette; WOLF, Jennyfer; BARTRAM, Jamie; CLASEN, Thomas; CUMMING, Oliver; FREEMAN, Matthew C.; GORDON, Bruce; HUNTER, Paul R.; JOHNSTON, Richard; MEDLICOTT, Kate. Burden of disease from inadequate water, sanitation and hygiene for selected adverse health outcomes: an updated analysis with a focus on low- and middle-income countries. International Journal of Hygiene and Environmental Health, [S.l.], v. 222, n. 5, p. 765–777, 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijheh.2019.05.004. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijheh.2019.05.004
RESEARCHGATE. Severity of waterborne diseases in developing countries and the effectiveness of ceramic filters for improving water quality. 2023. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/372587368_Severity_of_waterborne_diseases_in_developing_countries_and_the_effectiveness_of_ceramic_filters_for_improving_water_quality. Acesso em: 9 maio 2025.
RODRIGUES, Jorge Luiz. Água e saúde: uma história do abastecimento de água e do saneamento no Brasil. São Paulo: Editora UNESP, 2008.
ROSEN, George. Uma história da saúde pública. São Paulo: Hucitec; Abrasco, 1994.
SANTOS, L. O., & OLIVEIRA, J. A. (2016). Reforma Sanitária Brasileira: um movimento pela redemocratização da saúde. Revista Brasileira de Saúde e Desenvolvimento, 2(1), 1-15.
SOUSA, Milena Aparecida; ALMEIDA, Maria do Socorro Costa; SILVA, Maria do Socorro Costa; SILVA, Maria do Socorro Costa; SILVA, Maria do Socorro Costa; SILVA, Maria do Socorro Costa. Qualidade da água e ocorrência de doenças de veiculação hídrica em comunidades do semiárido brasileiro. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 22, e190027, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepid/a/MqcFyfZPpPxYx8hqPBjLbTs. Acesso em: 15 maio 2025.
TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TRATA BRASIL. Brasil gasta R$ 174 milhões com internações por doenças relacionadas à falta de saneamento em 2024. 2024. Disponível em: https://tratabrasil.org.br/brasil-gasta174-milhoes-internacoes-saneamento/#:~:text=do%20Rio%20Pinheiros-,Brasil%20gasta%20R%24%20174%20milh%C3%B5es%20com%20interna%C3%A7%C3%B5es%20por%20doen%C3%A7as%20relacionadas,falta%20de%20saneamento%20em%202024. Acesso em: 7 jun. 2025.
TRATA BRASIL. Despesas com internações por falta de saneamento no Brasil superam R$ 87 milhões. 15 ago. 2024b. Disponível em: https://tratabrasil.org.br/despesas-internacoes-doencas-falta-saneamento/. Acesso em: 20 jun. 2025.
VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 4. ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – UFMG, 2005.
WHO – World Health Organization; UNICEF. Progress on household drinking water, sanitation and hygiene 2000–2020: five years into the SDGs. Geneva: WHO; UNICEF, 2021. Disponível em: https://washdata.org/reports. Acesso em: 15 jun. 2025.
WHO; UNICEF. WASH in Schools – JMP Global Database. Disponível em: https://washdata.org/data/school. Acesso em: 5 jun. 2025.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.