VIVÊNCIAS DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NUMA CIDADE DE GRANDE PORTE BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.61164/6ct0ez79Palavras-chave:
Pessoas em Situação de Rua, Atenção à Saúde, Políticas PúblicasResumo
O estudo teve como objetivo compreender a vivência de indivíduos em situação de rua, com ênfase na atenção oferecida e ofertava à sua saúde, levantando suas dificuldades, riscos, vínculos familiares, acesso ao atendimento sanitário recebida no Consultório de Rua (CR) da cidade investigada. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, que foi realizada nos meses de abril a junho de 2018, a homens e mulheres em situação de rua atendidas pelo CR da Cidade. A pesquisa atendeu os preceitos éticos da resolução 466/12 e foi aprovada pelo Comitê de Ética com o nº 2.640.341. Após aprovação, as entrevistas ocorreram através de instrumento com questões abertas, nos atendimentos realizados pela Equipe do CR. A amostragem foi aleatória e o critério de saturação foi utilizado para encerramento e finalização da amostra. As entrevistas foram transcritas, submetidas à análise de conteúdo de Bardin (2010) e interpretadas à luz da literatura científica baseado em referencial teórico pertinente. Os resultados obtidos puderam fornecer tópicos como: “O cuidar da saúde e o suporte formal dos serviços de saúde: impacto do Consultório de Rua”; “A vivência nas ruas: preconceito, a fuga para as drogas”; “Vínculos familiares rompidos ou fragilizados”; favorecendo uma melhor compreensão. Concluindo que existem políticas públicas, mas se trata de um cenário complexo de difícil efetivação dessas políticas, dificultando a inclusão dessa população e acesso efetivo aos serviços e ações como de qualificação para o mercado de trabalho e principalmente projetos sócios voltados para a reincidência dessas pessoas no núcleo familiar.
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