CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA FARINHA DE ANACARDIUM OCCIDENTALE L. PARA APLICAÇÕES EM PANIFICAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.61164/gyr7xc03Palavras-chave:
Coproduto , sustentabilidade, caju, resíduos agroindustriaisResumo
O aproveitamento de coprodutos agroindustriais tem se consolidado como alternativa estratégica para o desenvolvimento de novos ingredientes, unindo aspectos nutricionais e sustentáveis. Este estudo teve como objetivo caracterizar a farinha de obtida a partir de resíduos de Annacardium occidentale L. provenientes de duas safras distintas, avaliando seus parâmetros físico-químicos e tecnológicos com vistas à aplicação em panificação. As amostras foram doadas por uma agroindústria do Cariri Cearense, processadas no Laboratório de Tecnologia de Alimentos e Caracterização de Biocompostos (LatecBio/CCAB-Campus Crato), submetidas a diferentes condições de secagem em estufa, trituração e peneiramento. Posteriormente, realizaram-se análises de umidade, pH, acidez, cinzas, proteínas, vitamina C e granulometria, conforme metodologias do Instituto Adolfo Lutz (2008). Os resultados evidenciaram baixos teores de umidade, compatíveis com os limites estabelecidos para farinhas de vegetais, favorecendo a conservação do produto. Os valores de pH de 3,81 e 3,94 e de acidez de 27,59 e 27,37 mL de solução normal/100 g confirmaram o caráter ácido da farinha, condição que auxilia na inibição do desenvolvimento de microrganismos deterioradores e patogênicos. O teor de cinzas variou entre 1,06% e 1,44%, situando-se dentro do limite máximo de 6% definido em legislação, enquanto os teores de proteínas (8,86 g/100 g e 9,35 g/100 g) e de vitamina C (79,77 mg/100 g e 73,28 mg/ 100 g) destacaram o produto como ingredientes de relevância nutricional. A caracterização granulométrica demonstrou adequação para formulações de panificação, permitindo aplicação em biscoitos e outros derivados, sem comprometer textura ou aceitação sensorial. Concluiu-se que a farinha de caju apresenta perfil físico-químico favorável, valor nutricional expressivo e potencial tecnológico, configurando-se como ingrediente promissor para o setor alimentício contribuindo para sustentabilidade por meio do aproveitamento de resíduos agroindustriais.
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