O USO DAS ACOMODAÇÕES SENSORIAIS NA FACILITAÇÃO DO BRINCAR SOB O OLHAR DA TERAPEUTA OCUPACIONAL

Resumo

O presente artigo foi construído a partir da pesquisa qualitativa com revisão de literatura, partindo do livro “Brincar e Integração Sensorial nos primeiros anos – Teoria e Prática em Terapia Ocupacional” e da vivência no ambulatório de Terapia Ocupacional com crianças de três a doze anos de idade. O brincar é uma área de ocupação de grande importância para o desenvolvimento das habilidades básicas da criança, estimula o corpo e o cognitivo, assim como proporciona o amadurecimento de funções psicológicas e socioemocionais. Enquanto se experimentam brincadeiras, há o recebimento de inúmeros estímulos sensoriais. No entanto, se a criança apresentar falhas em seu processamento sensorial, respondendo de forma inadequada os estímulos provocados pela interação no ambiente, haverá impactos diretos no desempenho de suas atividades cotidianas, especialmente no brincar, que é uma das principais atividades desempenhadas nessa faixa etária e importante para a ampliação do repertório de potencialidades e autonomia. Então, faz-se necessário pensar e entender como este processo perpassa por estas crianças e fomentar a discussão para elaborar possibilidades para prevenir a sobrecarga sensorial e promover a autorregulação sensorial, conforme as necessidades específicas, durante o ato de brincar. Portanto, este artigo visa apresentar, debater e refletir sobre a aplicação de estratégias de acomodações sensoriais em crianças com desordens sensoriais, ilustradas a partir de recortes de vivências em intervenções terapêuticos ocupacionais, com o intuito de reorganizar e favorecer as respostas adaptativas aos estímulos sensoriais para um melhor desempenho funcional e ativo do brincar.