MANEJO CIRÚRGICO CONSERVADOR DE QUERATOCISTO ODONTOGÊNICO: RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.61164/gr624445Palavras-chave:
Cistos Odontogênicos; Descompressão; Tratamento conservador.Resumo
O queratocisto odontogênico (QO), um cisto odontogênico de desenvolvimento que em sua maioria assintomático, de crescimento lento, caráter infiltrativo aos tecidos adjacentes e altas taxas de recorrência. Assim, o presente estudo visa relatar um caso clínico de acompanhamento de 2 anos de um queratocisto odontogênico. Paciente, sexo masculino, 32 anos de idade, foi conduzido ao Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, após achado radiográfico de lesão radiolúcida associada ao dente 38 retido. O paciente relatou não possuir comorbidades, tampouco queixas relacionadas a lesão. No exame físico não foram notadas alterações dignas de nota. Após avaliação da radiografia panorâmica constatou-se lesão radiolúcida de aproximadamente 2 cm em sua maior extensão, acometendo ângulo e corpo da mandíbula esquerda, associado aos dentes 36, 37 e 38, sendo este retido horizontalmente. Após análise, optou-se por exérese do dente 38 associado a descompressão cística com colocação de dispositivo de borracha afim de reduzir a loja cística, permitindo sua enucleação definitiva posteriormente sem comprometer a integridade da mandíbula. As hipóteses diagnósticas foram de Queratocísto Odontogênico, Ameloblastoma e Granuloma Central de Células Gigantes. Após exame histopatológico confirmou tratar-se de um Queratocisto Odontogênico. No 21° dia de pós-operatório, foi removido o dispositivo de descompressão e acompanhamento imaginológico da região abordada por 2 anos. Após o período de 6 meses, com regressão tomográfica da lesão, o paciente foi submetido enucleação total do remanescente cístico. Em um segundo momento, foi realizado a curetagem da lesão objetivando estimular a formação óssea e remoção de ilhas epiteliais residuais. Dessa forma, infere-se que o tratamento conservador inicial, com descompressão da lesão e posterior enucleação, apesar de apresentar a possibilidade de recidiva do QO, é adequado a fim de evitar a fragilização mandibular ou fratura e também minimizar a possibilidade de parestesia do nervo alveolar inferior. O paciente permanece em acompanhamento, e o tratamento tem apresentado resultados satisfatórios até o presente momento.
Downloads
Referências
AL-MORAISSI, E. A. et al. What surgical treatment has the lowest recurrence rate following the management of keratocystic odontogenic tumor?: a large systematic review and meta-analysis. Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery, v. 45, n. 1, p. 131-144, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jcms.2016.10.013
AL-MORAISSI, E. A.; KAUR, A.; GOMEZ, R. S.; ELLIS, E. Effectiveness of different treatments for odontogenic keratocyst: a network meta-analysis. International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v. 52, n. 1, p. 32-43, 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijom.2022.09.004
BORRÁS-FERRERES, J. et al. Therapeutic management of the odontogenic keratocyst: an energetic approach with a conservative perspective and review of the current therapeutic options. Journal of Clinical and Experimental Dentistry, v. 12, n. 8, p. e794-e799, 2020. DOI: https://doi.org/10.4317/jced.56722
BORRÁS-FERRERES, J.; ALBISU-ALTOLAGUIRRE, I.; GAY-ESCODA, C.; MOSQUEDA-TAYLOR, A. Long-term follow-up of a large multilocular odontogenic keratocyst: analysis of recurrences and the applied treatments. Journal of Clinical and Experimental Dentistry, v. 16, n. 9, p. e1157-e1163, 2024. DOI: https://doi.org/10.4317/jced.62032
BRESLER, S. C.; PADWA, B. L.; GRANTER, S. R. Nevoid basal cell carcinoma syndrome (Gorlin syndrome). Head and Neck Pathology, v. 10, n. 2, p. 119-124, 2016. DOI: https://doi.org/10.1007/s12105-016-0706-9
BRITO-MENDOZA, L. et al. A comparison of Ki67, syndecan-1 (CD138), and molecular RANK, RANKL, and OPG triad expression in odontogenic keratocysts, unicystic ameloblastoma, and dentigerous cysts. Disease Markers, v. 2018, 2018. DOI: 10.1155/2018/7048531. DOI: https://doi.org/10.1155/2018/7048531
CHRCANOVIC, B. R.; GOMEZ, R. S. Recurrence probability for keratocystic odontogenic tumors: an analysis of 6427 cases. Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery, v. 45, n. 2, p. 244-251, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jcms.2016.11.010
MADHIREDDY, M. R. et al. Large follicular odontogenic keratocyst affecting maxillary sinus mimicking dentigerous cyst in an 8-year-old boys: a case report and review. International Journal of Clinical Pediatric Dentistry, v. 11, n. 4, p. 349-351, 2018. DOI: https://doi.org/10.5005/jp-journals-10005-1537
MOHANTY, S. et al. Surgical management of the odontogenic keratocyst: a 20-year experience. International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v. 50, n. 9, p. 1168-1176, 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijom.2021.02.015
NAIR, A. P. et al. Efficacy of gas combination cryotherapy in the management of odontogenic keratocyst of the maxilla and mandible: a pilot study. Journal of Maxillofacial and Oral Surgery, v. 21, n. 3, p. 979-989, 2022. DOI: https://doi.org/10.1007/s12663-021-01664-4
PHILIPSEN, H. P. Keratocystic odontogenic tumour. In: BARNES, L. et al. (Ed.). Pathology and genetics of head and neck tumours. Lyon: IARC Press, 2005. p. 306-307.
POGREL, M. A. The keratocystic odontogenic tumor. Oral and Maxillofacial Surgery Clinics of North America, v. 25, n. 1, p. 21-30, 2013. DOI: https://doi.org/10.1016/j.coms.2012.11.003
POGREL, M. A.; JORDAN, R. C. K. Marsupialization as a definitive treatment for the odontogenic keratocyst. Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v. 62, n. 6, p. 651-655, 2004. DOI: https://doi.org/10.1016/j.joms.2003.08.029
SOLUK-TEKKESIN, M.; WRIGHT, J. M. The World Health Organization classification of odontogenic lesions: a summary of the changes of the 2017 (4th) edition. Turkish Journal of Pathology, v. 34, n. 1, p. 1-10, 2018.
SOLUK-TEKKESIN, M.; WRIGHT, J. M. The World Health Organization classification of odontogenic lesions: a summary of the changes of the 2022 (5th) edition. Turkish Journal of Pathology, v. 38, n. 2, p. 168-184, 2022. DOI: https://doi.org/10.5146/tjpath.2022.01573
STOELINGA, P. J. W. The odontogenic keratocyst revisited. International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v. 51, n. 11, p. 1420-1423, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijom.2022.02.005
TITINCHI, F. Protocol for management of odontogenic keratocysts considering recurrence according to treatment methods. Journal of the Korean Association of Oral and Maxillofacial Surgeons, v. 46, n. 5, p. 358-360, 2020. DOI: https://doi.org/10.5125/jkaoms.2020.46.5.358
WORLD MEDICAL ASSOCIATION. WMA Declaration of Helsinki – Ethical principles for medical research involving human participants. Helsinki, 1964. Atualizada em out. 2024. Disponível em: https://www.wma.net/policies-post/wma-declaration-of-helsinki/
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Lucas Silva de Lima , Gustavo Silva Pelissaro, Alana Oswaldina Gavioli Meira dos Santos Botega, Gleyson Kleber do Amaral-Silva, Daniella Moraes Antunes, Ellen Cristina Gaetti Jardim

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
 
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
 - Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista, desde que adpatado ao template do repositório em questão;
 - Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
 - Os autores são responsáveis por inserir corretamente seus dados, incluindo nome, palavras-chave, resumos e demais informações, definindo assim a forma como desejam ser citados. Dessa forma, o corpo editorial da revista não se responsabiliza por eventuais erros ou inconsistências nesses registros.
 
POLÍTICA DE PRIVACIDADE
Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.
Obs: todo o conteúdo do trabalho é de responsabilidade do autor e orientador.
						
							
