A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO NA PREVENÇÃO, TRATAMENTO E SINTOMATOLOGIA EM MULHERES COM ENDOMETRIOSE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.61164/4mysvb42Palavras-chave:
Nutrição; saúde da mulher; consumo alimentar; inflamação crônica;Resumo
A endometriose é uma enfermidade inflamatória crônica, sensível às variações hormonais, que acomete mulheres durante a fase reprodutiva, caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio localizado fora do útero, acometendo cerca de 10% das mulheres em idade fértil sendo uma das principais responsáveis por dores pélvicas persistentes, dispareunia, dismenorreia e problemas relacionados à fertilidade, sua origem é multifatorial, englobando aspectos genéticos, imunológicos, hormonais e ambientais. Material e métodos: Foi conduzido um levantamento de estudos nas bases de dados da Scielo, Google Acadêmico, Pubmed, Lilacs, publicados entre os anos de 2020 a 2025, capturando 8 artigos que preencheram todos os critérios de inclusão. Resultados: Dos 8 estudos analisados, 2 artigos avaliaram que o consumo de cálcio proveniente de laticínios na adolescência na prevenção de surgimento da endometriose. 1 artigo avaliou a relação entre níveis séricos de carotenoides e o risco de endometriose. 2 artigos avaliaram modificações alimentares como retirada de glúten, leite e soja e a inclusão de vegetais e dieta com Low FODMAP e dieta para endometriose auxiliam na redução da dor e sintomas da endometriose. 3 artigos avaliaram a utilização e suplementos com efeito anti-inflamatório. Conclusões: O resultado da presente pesquisa, demonstrou que o consumo adequado de laticínios fontes de cálcio, está associado a menor risco de desenvolvimento da endometriose, principalmente quando introduzido desde a adolescência. A alimentação rica em carotenoides pode ser uma estratégia preventiva, embora sejam necessários mais estudos que comprovem seu mecanismo de ação e eficácia. As intervenções dietéticas como dietas anti-inflamatórias, Low FODMAP ou com exclusão de glúten, laticínios e soja, podem reduzir a dor pélvica, além de contribuir na melhora dos sintomas e na qualidade de vida. A suplementação com ômega-3 e vitaminas C e E, também mostrou resultados positivos na diminuição da inflamação e do estresse oxidativo, indicando benefícios no tratamento complementar.
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