CONSEQUÊNCIAS DO USO DE ANFETAMINAS POR CAMINHONEIROS
DOI:
https://doi.org/10.61164/gda6tw52Palavras-chave:
anfetaminas, estimulantes do sistema nervoso central, caminhoneiros, rebiteResumo
O uso de anfetaminas por motoristas de caminhão tornou-se um fenômeno preocupante, alta prevalência no consumo dessas substâncias entre profissionais do transporte rodoviário. Em razão das longas jornadas, prazos apertados de entrega e más condições das estradas, muitos condutores recorrem a esses estimulantes para inibir o sono e manter a atenção. No entanto, embora as anfetaminas promovam temporariamente o estado de alerta, seu uso contínuo está associado a sérios riscos à saúde física e mental. Com o desenvolvimento da tolerância, os usuários tendem a aumentar as doses, o que pode levar a uma série de efeitos adversos, como ansiedade, irritabilidade, confusão mental, náuseas, cefaleia, alucinações e, em casos mais graves, quadros depressivos e até a morte. Tais consequências impactam não apenas a saúde dos motoristas, mas também a segurança nas rodovias. O trabalho tem como objetivo promover maior conscientização sobre políticas de prevenção em apoio a esses profissionais e analisar as consequências do uso de anfetamina por motoristas de caminhão e a segurança no trânsito. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, visando a análise de estudos que avaliam possíveis consequências do uso de anfetamina por motoristas de caminhão, sendo tais conteúdos obtidos em bases de dados relevantes, sendo elas a Scientific Eletronic Library Online (SciELO), a Biblioteca Nacional em Saúde (BVS) e a U.S National Library of Medicine (PubMed), mediante a utilização de descritores relacionados ao tema. O uso de anfetaminas por caminhoneiros, motivado por jornadas exaustivas e forte pressão por produtividade, representa sério risco à saúde e à segurança viária. O consumo é maior entre motoristas de baixa renda e com longas horas ao volante, evidenciando a relação entre fadiga e condições de trabalho precárias. Esse cenário aumenta significativamente o risco de acidentes. Torna-se urgente implementar políticas públicas que garantam condições dignas e medidas eficazes de prevenção.
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