ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE DE TRABALHO DE ENFERMEIROS E USO DE PSICOTRÓPICOS: UM ESTUDO TRANSVERSAL

Autores

  • Nayara Siqueira Antunes Gadelha Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia
  • Dione Marçal Lima Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás
  • Karine Anusca Martins Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.61164/yfv8td60

Palavras-chave:

Psicotrópicos; Enfermagem; Condições de Trabalho; Saúde Mental; Estudos Transversais

Resumo

Objetivo: Analisar a relação entre o ambiente de trabalho e o uso de medicamentos psicotrópicos por enfermeiros. Métodos: Estudo transversal analítico, realizado com 87 enfermeiros da Secretaria Municipal de Saúde de uma cidade da região metropolitana de Goiânia, Goiás. Os dados, coletados remotamente, abrangeram caracterização sociodemográfica e profissiográfica, dicotomização do ambiente de trabalho em favorável ou não à prática profissional, condições de saúde mental e uso de psicotrópicos. Os dados foram analisados através de testes, análise descritiva, de confiabilidade e consistência. As análises foram consideradas estatisticamente significantes. Resultados: Entre os participantes, 32,2% faziam uso de psicotrópicos, 56,3% se consideram ansiosos, 50% referiram diagnóstico de ansiedade, 70,5% consideraram o trabalho um fator importante para esse uso e 51,7% avaliaram o ambiente de trabalho como desfavorável à prática profissional. Conclusão: Os resultados sugerem que enfermeiros são potencialmente suscetíveis ao uso de psicotrópicos, decorrente do esgotamento físico e mental. O uso inadequado e abusivo desses medicamentos pode gerar prejuízos para o enfermeiro, paciente e serviço de saúde. Os enfermeiros da amostra indicaram seu ambiente de trabalho como desfavorável à prática profissional e afirmaram que o trabalho contribui para o adoecimento mental da categoria, destacando-o como um fator relevante ao uso de medicamentos psicotrópicos. Este estudo oferece insights importantes para a reflexão sobre o ambiente de trabalho como um fator de risco para o adoecimento mental e reforça a necessidade de desenvolver estratégias de promoção, prevenção e proteção da saúde mental do enfermeiro.

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Biografia do Autor

  • Nayara Siqueira Antunes Gadelha , Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia

    Graduada e Licenciada em Enfermagem pela Universidade Federal de Goiás (2008-2012). Especialista em Unidade de Terapia Intensiva Geral, pelo Centro Goiano de Ensino Pesquisa e Pós Graduação (2013-2015). Mestra em Ensino na Saúde, pela Faculdade Federal de Goiás (2024). Enfermeira na Secretaria Municipal da Saúde de Aparecida de Goiânia desde 2013, atuante na Atenção Primária de Saúde do município e atualmente na atenção especializada em saúde mental.

  • Dione Marçal Lima, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Goiás

    Possui Graduação em Farmácia/Modalidade Análises Clínicas pela Universidade Federal de Goiás (1991/1993), Especialização em Farmácia Homeopática (1998), Mestrado pela Universidade Federal de Goiás (2002) e Doutorado em Ciências da Saúde, pela Universidade de Brasília (2008). Professora Associada da Universidade Federal de Goiás desde 1996 (trabalhando as disciplinas de Farmacologia, Semiologia e Farmacoterapêutica e Estágio em Assistência Farmacêutica). Tutora do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (PRÓ/PET SAÚDE) pela UFG, Palestrante em diversos cursos de pós-graduação Lato sensu na área de Farmácia Clínica pela Universidade Federal de Goiás e pelo Conselho Federal de Farmácia. Orientadora no Programa de Pós-graduação Ensino na Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. Desenvolve estudos na área clínica e assistencial, com ênfase em estudos de Segurança do paciente, Acompanhamento farmacoterapêutico, Educação permanente em saúde.

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Publicado

2025-11-10

Como Citar

ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE DE TRABALHO DE ENFERMEIROS E USO DE PSICOTRÓPICOS: UM ESTUDO TRANSVERSAL. (2025). Revista Multidisciplinar Do Nordeste Mineiro, 20(1), 1-18. https://doi.org/10.61164/yfv8td60