ESTRATÉGIAS DE COPING DE DOCENTES UNIVERSITÁRIOS
DOI:
https://doi.org/10.61164/53rwxq92Keywords:
Estratégias de coping, Docentes, Saúde mentalAbstract
As estratégias de coping foram compreendidas como características individuais que influenciaram a forma como os sujeitos responderam a situações de estresse, moduladas por fatores pessoais, exigências contextuais e recursos disponíveis. O presente estudo teve como objetivo investigar as estratégias de coping adotadas por docentes do ensino superior e sua organização relacional por meio de análise de rede, com o objetivo de compreender como tais estratégias se articulam frente às demandas do processo letivo e seus possíveis efeitos sobre o bem‑estar e a saúde mental. Realizou‑se pesquisa transversal, descritiva e quantitativa com 99 docentes de uma instituição privada do Ceará, que responderam a um questionário sociodemográfico e ao Inventário de Estratégias de Coping. Os escores das nove estratégias foram analisados por meio de estatística descritiva e modelagem de rede (GGM com EBICglasso) no JASP, calculando‑se medidas de centralidade (betweenness, closeness, strength, expected influence). Os resultados indicaram predominância de estratégias adaptativas, resolução de problemas (58,1%), suporte social (54,8%), reavaliação positiva (54,5%) e aceitação (51,2%), que formaram um núcleo funcional interconectado; aceitação e suporte social apresentaram elevada centralidade, enquanto autocontrole e reavaliação positiva atuaram como integradores entre foco no problema e foco na emoção. Estratégias evitativas (fuga e esquiva; passividade aceitação) mostraram‑se periféricas e de menor influência, sendo apontadas como potenciais fatores de risco quando recorrentes. Discute‑se a relevância do suporte social e de intervenções institucionais para fortalecer recursos adaptativos e reduzir padrões evitativos. Entre as limitações destacam‑se o delineamento transversal, a amostra por conveniência restrita a uma única IES e o uso de autorrelato. Recomenda‑se investigação longitudinal, amostras mais amplas e métodos mistos para aprofundar a compreensão das dinâmicas de coping e subsidiar políticas institucionais voltadas à promoção da saúde mental docente.
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