ÁLCOOL COMO REFORÇADOR DO DESFECHO SUICIDA EM INDIVÍDUOS COM DEPRESSÃO

Resumo

Este estudo analisa a complexa relação entre o consumo de álcool, a depressão e o comportamento suicida, discutindo como o álcool pode atuar como reforçador do desfecho suicida em indivíduos com transtornos depressivos. Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica, desenvolvida por meio de revisão integrativa da literatura, com abordagem qualitativa e descritiva. As buscas foram realizadas nas bases PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), considerando publicações entre 2020 e 2025, utilizando a estratégia PICO para nortear a seleção dos estudos. Os resultados revelaram que o álcool exerce influência direta sobre neurotransmissores como GABA, dopamina e serotonina, comprometendo a regulação emocional e aumentando a impulsividade. O uso crônico mostrou-se associado à dependência, síndrome de abstinência e agravamento dos sintomas depressivos, enquanto o uso agudo favoreceu desinibição e maior letalidade nas tentativas de suicídio. A análise também evidenciou a participação de fatores genéticos e ambientais, como traumas, vulnerabilidade social e predisposições hereditárias, que intensificam a relação entre o transtorno por uso de álcool (TUA) e a depressão. Observou-se ainda que a comorbidade entre essas condições potencializa o risco de suicídio, especialmente quando há ausência de suporte psicossocial e acompanhamento multiprofissional. Conclui-se que a interação entre álcool, depressão e suicídio é multifatorial e requer uma abordagem interdisciplinar que contemple aspectos biológicos, psicológicos e sociais. O estudo reforça a necessidade de políticas públicas eficazes voltadas à prevenção do abuso de álcool, à promoção da saúde mental e ao fortalecimento das redes de apoio como forma de reduzir o risco de autoextermínio.