ANÁLISE DE BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS EM BANHEIROS DE USO COMUM DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR EM TERESINA-PI

Resumo

Os banheiros de uso coletivo em instituições de ensino superior configuram ambientes propícios à contaminação microbiológica em virtude do intenso fluxo de pessoas, da elevada umidade e do contato frequente com superfícies de alto toque, como torneiras e pias. A presença de bactérias Gram-negativas nesses locais representa um risco significativo à saúde pública, considerando-se sua resistência intrínseca a diversos antimicrobianos e o potencial de causar infecções oportunistas. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo avaliar a presença e a prevalência de bactérias Gram-negativas em banheiros de uma instituição de ensino superior localizada em Teresina–PI. Trata-se de uma pesquisa experimental, desenvolvida a partir da coleta de amostras em superfícies de diferentes banheiros da instituição. Após o isolamento bacteriano em meios de cultura específicos, as colônias foram submetidas à análise por espectrometria de massas MALDI-TOF para identificação microbiológica. Os resultados obtidos foram organizados quanto à frequência de ocorrência e à caracterização das espécies isoladas. Todas as amostras apresentaram crescimento bacteriano, confirmando a ampla contaminação das superfícies analisadas. Houve predominância de Acinetobacter baumannii, isolada em 26 amostras, seguida por Enterobacter sp. e Pseudomonas aeruginosa, ambas detectadas em oito amostras. A persistência dessas espécies reflete a elevada resistência intrínseca a antimicrobianos, assim como falhas em protocolos de higienização e ventilação inadequada, que favorecem a colonização em ambientes úmidos. A diversidade bacteriana identificada, associada ao perfil multirresistente, sugere a necessidade de medidas de biossegurança mais rigorosas. Para tanto, banheiros de uso coletivo configuram reservatórios relevantes de bactérias Gram-negativas com potencial risco sanitário. Esses resultados reforçam a importância de intensificar protocolos de limpeza, implementar monitoramento microbiológico contínuo e promover a educação em saúde, assegurando a redução da transmissão indireta por superfícies e maior proteção à comunidade acadêmica.